A Comissão do Senado aprovou 100% dos
royalties do pré-sal para educação. Mas dinheiro não é a solução, porque o problema
é de planejamento e gestão, não somente na educação, mas em todas as áreas da
administração pública! E a solução me parece simples; basta seguir os conselhos
que Moisés recebeu do sogro dele (Êxodo 18,20-22):
Escolha entre o povo homens capazes e tementes a Deus,
que sejam seguros e inimigos do suborno. Ensine a eles os estatutos e as leis;
faça que eles conheçam o caminho a seguir e as ações que devem praticar.
Estabeleça-os como chefes de mil, de cem, de cinquenta e de dez. Eles
administrarão regularmente a justiça para o povo: os assuntos graves, eles
trarão a você; os assuntos simples, eles próprios resolverão.
TRADUZINDO
“Homens capazes”; “tementes a Deus”,
“seguros”; “inimigos do suborno” – não precisa dizer mais nada!
“Ensine a eles os estatutos e as leis” –
Estatuto da Cidade, Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei de
Responsabilidade Fiscal, etc.
“Conheçam o caminho” – mostre-lhes as
estratégias que devem ser seguidas para atingir os objetivos que constam do
planejamento (Plano Diretor, PPA, LDO, LOA, etc.).
“Estabeleça-os como chefes” – obviamente, depois
de proceder a uma revisão da estrutura organizacional.
“Os assuntos simples eles próprios
resolverão” – delegue funções aos subordinados, mas, antes, não se esqueça de
selecionar “colaboradores capazes e tementes a Deus, que sejam seguros e
inimigos do suborno”!.
“Os assuntos graves eles trarão a você” – preocupe-se
com o controle dos resultados; para isso existem computadores e Sistemas de
Informações Gerenciais.
MAS ONDE ESTÁ O ERRO?
Está no “tementes a Deus”. Os homens,
principalmente os que administram as coisas públicas, não acreditam mais em céu
e inferno. Eles estão corretos! E a maioria não acredita em reencarnação: Lei
de Causa e Efeito.
Em outras palavras, como escreveu São Paulo
(Romanos 1,28-31), “os homens desprezaram o conhecimento de Deus; por isso,
Deus os abandonou ao sabor de uma mente incapaz de julgar. Desse modo, eles
fazem o que não deveriam fazer: estão cheios de todo tipo de
injustiça...".
Mas é claro que São Paulo não estava falando
do Deus de barba branca que, sentado lá no céu, premia e castiga. Referia-se ao
“Espírito que sonda todas as coisas, até mesmo as profundidades de Deus, e que
conhece a fundo a vida íntima do homem”. (1 Cor 2,10-11).