22 de jun. de 2013

SOBRE O PACTO SOCIAL PROPOSTO PELA PRESIDENTE DILMA

Propor a construção de um pacto é medida correta. A forma proposta, contudo, está incorreta. A construção de um pacto deve ser nacional, ou seja, envolver todos os municípios brasileiros. Nesse sentido, a presidente Dilma deve conclamar todos os prefeitos a revisarem os planos diretores que, sem exceção, constituem simulacros de planejamento, e, portanto, não podem servir para construção de um pacto justo e democrático. E um pacto construído por alguns governadores e alguns prefeitos certamente não atenderá aos anseios e às necessidades de todos os brasileiros.


Se a Lei nº 10.257/01, denominada Estatuto da Cidade, estivesse sendo cumprida pelos senhores prefeitos – ou seja, se as cidades brasileiras não estivessem sendo administradas ao arrepio da lei --, ouso afirmar, categoricamente, que o Brasil não estaria vivendo esses momentos difíceis. A lógica é cristalina: a população estaria participando, de forma legítima e representativa, dos governos municipais; portanto, um efetivo controle social estaria sendo exercido, e não haveria corrupção! E, havendo um efetivo controle social nos municípios, haveria também um efetivo controle social nos repasses e convênios feitos pelos governos federal e estadual (leiam-se Obras do Córrego Santa Rita e do Rio Muriaé).

Uma leitura rápida das normas atesta que um pacto social é a única solução, não apenas para apagar este incêndio que se alastra pelo país, mas, principalmente, para implantar, em definitivo, o modelo de gestão inaugurado pelo Estatuto da Cidade e, desse modo, sepultar para sempre o sistema ultrapassado de gestão municipal que vem sendo adotado desde os tempos de Tomé de Souza (leiam-se coronéis, currais eleitorais, eleitores de cabresto, população omissa, etc.).

Vejamos algumas informações sobre PACTO social, divulgadas por órgãos do governo, que estão vigorando há mais de dez anos, mas que foram jogadas no lixo por políticos e governantes:

“Deve-se buscar uma constante interlocução com sujeitos sociais; deve-se fortalecê-los; e é preciso estar aberto à construção social e à realização de PACTOS sociais.”

“O Plano Diretor deve ser discutido e aprovado pela Câmara de Vereadores e sancionado pelo prefeito de cada município. O resultado, formalizado como Lei Municipal, é a expressão do PACTO firmado entre a sociedade e os poderes Executivo e Legislativo.”

“O momento de construir o PACTO, para elaborar o Projeto de Lei ‘Plano Diretor Municipal’ é decisivo, porque nesse momento afloram as divergências e os conflitos.”

“(...) o novo paradigma parte do pressuposto que a cidade é produzida por uma multiplicidade de agentes que devem ter sua ação coordenada, não em função de um modelo produzido em escritórios, mas a partir de um PACTO – A CIDADE QUE QUEREMOS – que corresponda ao interesse público da cidade.”


“São momentos decisivos da política urbana, nos quais são ‘costurados’ os consensos e PACTOS entre o poder público e os diversos setores da sociedade.” HOJE, OS DIVERSOS SETORES DA SOCIEDADE ESTÃO NAS RUAS! E falar de um PACTO social de VINTE CENTAVOS é menosprezar a inteligência do povo brasileiro e, até mesmo, tripudiar sobre o seu sofrimento. Os PACTOS sociais devem ocorrer em todos os municípios brasileiros, afinal o Estatuto da Cidade deve ser cumprido -- esse deve ser o primeiro PACTO!