Comentário postado nos blogs www.radiomuriae.com.br e www.interligadonline.com
Posso estar enganado, mas creio que as cidades não estariam enfrentando problemas tão graves, se a Lei nº 10.257/01 (Estatuto da Cidade) estivesse sendo cumprida. As cidades estariam sendo administradas de forma planejada; as necessidades e os anseios das classes marginalizadas estariam sendo priorizados; e, especialmente, estaria havendo comprometimento da população – diretamente e através de conselhos municipais, órgãos de classe, associações e sindicatos – com a formulação, execução e fiscalização das políticas públicas de geração de emprego e renda, moradia, saneamento, meio ambiente, transporte, segurança, educação, saúde, esporte, cultura e lazer. Desse modo, em parceria, o Poder Público e a sociedade civil estariam atacando as causas de todos os problemas urbanos. Haveria uma mudança cultural, as instituições seriam legitimadas, e o Estado Democrático de Direito se tornaria uma realidade. Mas tudo isso é uma utopia. Decorridos dez anos, o Estatuto da Cidade foi jogado no lixo, e as cidades continuam a ser administradas exatamente como nos tempos de nossos avós.