Em vários momentos, o RIONOSSO e a AAMUR – que ainda não existe nem no papel! – tem-me feito recordar algumas passagens de minha vida.
Esta se refere ao “impeachment” do presidente Collor em 1992. Meus filhos, Carla e André Luís, moravam em Brasília. O movimento dos caras-pintadas tomava as ruas da Capital Federal.
Certo dia, meu filho, que tinha 16 anos, me telefona. Não me lembro do teor de toda a conversa, mas o que foi realmente importante ficou indelevelmente marcado em minha memória. A certa altura, ele disse, mais ou menos assim:
Pai, minha mãe fica muito preocupada com minha participação no movimento dos caras-pintadas. Ela me proíbe de participar, mas eu sempre lhe digo: “Mãe, o que eu vou responder para os meus filhos quando eles me perguntarem se eu participei do movimento dos cara-pintadas? Vou lhes dizer que você me proibiu de sair e eu fiquei dentro de casa assistindo pela televisão a meus amigos lutarem por um Brasil melhor lá na Esplanada dos Ministérios”?
Ele participou do movimento e, hoje, tem uma filha de seis anos! E, se Deus quiser, algum dia, irá ter netos também!
