29 de dez. de 2012

GESTÃO MUNICIPAL 2013-2016

Parabéns a todos os secretários!

Em que pese minha limitada experiência em gestão municipal, gostaria de registrar algumas observações teóricas para reflexão dos ilustres secretários.
Por três meses (de janeiro a março de 2001), fui Diretor Administrativo e Financeiro do DEMSUR. Eu não sabia nada de gestão pública municipal.
Somente a partir de 2004, aprendi que as cidades devem ser administradas, de forma planejada, conforme determina, principalmente, o Estatuto da cidade (Lei nº 10.257/01).

Descobri, também, que o Plano Diretor é o instrumento básico da gestão municipal e, assim sendo, serve de orientação para a elaboração do PPA, LDO e LOA. Tais instrumentos são leis que devem ser elaboradas, executadas e fiscalizadas com ampla participação da população, portanto, isso quer dizer que a administração municipal deve-se realizar por meio de uma parceria entre o Poder Executivo e a sociedade civil. Dentre os parceiros, por sua importância, destacam-se os Conselhos Municipais, conforme se depreende, por exemplo, da Resolução nº 453/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS e Resolução nº 13/04 do Ministério das Cidades.
No que se refere ao controle social, verifiquei que a transparência da gestão pública está sobejamente regulamentada na Lei de responsabilidade fiscal – LRF (LC nº 101/00). Além de sistemáticas prestações de conta, a LRF estabelece a liberação de todas as informações orçamentárias de financeiras (receitas e despesas) para acompanhamento da população, em tempo real, no Portal da Transparência (www.municipalnet.com.br).
Retornando à minha experiência, eu não sabia (e não me disseram!) nem mesmo que, conforme determina a Lei Orgânica de Muriaé, o Secretário Municipal deve “ referendar atos e decretos do Prefeito” e “apresentar ao Prefeito relatório anual de sua gestão”!
Mas por que se preocupar com a gestão planejada de nossa cidade?
Porque existem números preocupantes. Por exemplo, o Orçamento Anual de Muriaé é superior a R$ 200 milhões (sem levar em conta as transferências voluntárias!). As receitas do IPTU não atingem R$ 4 milhões, enquanto as despesas de pessoal e encargos sociais devem superar R$ 60 milhões. Grande parte dos recursos vem do Governo Federal, mas o Brasil tem uma dívida líquida aproximada de R$ 2,5 trilhões e paga, mais ou menos, R$ 5 mil de juros por segundo. Um... dois... três... já pagamos R$ 15 mil de juros! No mês de novembro, a União teve um déficit de R$ 5,5 bilhões (está no Globo de hoje), e o crescimento do PIBinho está em torno de 1%. No cenário internacional, recebemos alertas da Grécia, Espanha e Itália. Sem falar da concorrência dos chineses (que o diga o setor de confecções).
A pergunta é: “Neste contexto, dá para continuar administrando as cidades de forma improvisada como nos tempos de nossos avós – se nos preocuparmos efetivamente com as gerações futuras”?

Postado por José Anacleto de Faria: comentário enviado ao site www.radiomuriae.com.br